quarta-feira, 4 de abril de 2012

Farmácia brasileira

Laboratórios farmaceúticos nacionais criam a "BioNovis"
Quatro farmacêuticas nacionais assinaram um acordo para a criação da BioNovis, fábrica e centro de pesquisa para a produção de medicamentos biotecnológicos. O acordo proíbe a participação ou venda da empresa para estrangeiros.
A BioNovis, é uma joint venture (associação de empresas) fundada pelos laboratórios nacionais EMS, Ache, Hypermarcas e União Química, onde cada um terá 25% de participação.
O investimento previsto para o laboratório é de R$ 500 milhões e segundo os sócios, R$ 200 milhões sairão dos caixas dos quatro laboratórios. O restante poderá vir de financiamento, ou sociedade com o BNDES. "Talvez seja o investimento mais importante da história da indústria farmacêutica brasileira", diz Odnir Finotti, presidente da BioNovis.
A venda ou a entrada de investidores estrangeiros no negócio é vetada pelo acordo de acionistas. Segundo os laboratórios, será construído um centro de pesquisas, que deve começar a funcionar ainda este ano – cerca de 60% do investimento feito na BioNovis será para pesquisa e desenvolvimento.
Será a primeira grande empresa brasileira a entrar na produção de medicamentos biotecnológicos, cujas importações custaram ao governo R$ 6 bilhões no ano passado – que são 46% de todo o gasto governamental com medicamentos importados.
Os medicamentos biotecnológicos, feitos a partir de células vivas, são considerados o futuro da indústria farmacêutica. Eles possuem um alto custo de produção. Mesmo sendo 46% dos gastos públicos com importação de medicamentos, representam só 2% do volume de remédios comprados fora – e consumidos apenas dentro de hospitais, não vendidos em farmácias. É um mercado de US$ 160 bilhões no mundo, e de R$ 10 bilhões no Brasil. Esses medicamentos são usados para combater doenças como câncer, artrite reumatóide, lúpus e Alzheimer.
Os primeiros medicamentos nacionais deverão ser comercializados nos próximos dois anos. "Como serão feitos aqui, eles deverão ser mais competitivos que os importados", afirmou o presidente da BioNovis.
"Os sócios sabem que a BioNovis não poderá ser um negócio pequeno, por isso ela já nasce com a intenção de ser uma empresa global e exportar medicamentos", explica o executivo – ainda assim, o principal comprador deverá ser o governo, com 60% dos pedidos.

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