quarta-feira, 30 de maio de 2012

Governo cancela negociação e magistério federal amplia greve

49 instituições já aderiram às paralisações 
Os professores da rede federal de ensino intensificaram a mobilização da greve, após o Ministério do Planejamento adiar reunião com os representantes da categoria prevista para segunda-feira, sem apresentar nova data para a audiência. A greve iniciou no último dia 17 de maio e 49 instituições já aderiram às paralisações.
Com o cancelamento da reunião, centenas de trabalhadores da área da Educação realizaram manifestação em frente ao prédio do Ministério, em Brasília. Professores, funcionários e estudantes também realizaram manifestação em São Paulo, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Paraná.   
“O Ministério do Planejamento simplesmente desmarcou a reunião sem nos dar nenhuma justificativa ou previsão. Isso nos motiva ainda mais a intensificar nossas ações”, afirma Aluísio Porto, da comissão de comunicação do Comando Nacional de Greve da Andes-SN (Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior).
O magistério federal reivindica reestruturação do Plano de Carreira com incorporação das gratificações em 13 níveis remuneratórios, variação de 5% entre níveis a partir do piso para regime de 20 horas correspondente ao salário mínimo do Dieese (atualmente calculado em R$ 2.329,35) e percentuais de acréscimo relativos à titulação e ao regime de trabalho. Também denunciam más condições de trabalho, atribuídas à falta de estrutura nas instituições.
O acordo para a reestruturação do plano de carreira já havia sido feito em 2011, mas no início deste mês, o governo anunciou que o plano de carreira só será debatido para 2013. “Estávamos negociando com o governo a proposta de carreira docente. Tínhamos o prazo [para negociar] com o governo até 30 de março. O governo pediu mais dois meses, ou seja, até 31 de maio. Mas, no dia 15 de maio, nos apresentou uma proposta absolutamente inaceitável”, disse Vírginia Junqueira.
Após intensa mobilização e pressão do magistério federal para a implementação do acordo, o governo editou a Medida Provisória 568, que incorpora ao vencimento básico dos professores a Gratificação Específica do Magistério Superior (Gemas), e trata de outras carreiras do funcionalismo. No entanto a MP não diz nada a respeito da estruturação de carreiras, além de dar prejuízo aos professores na questão dos adicionais de insalubridade e periculosidade, antes calculados sobre o vencimento básico e agora congelados.
Outra questão ainda em desacordo é que a MP concede reajuste à categoria de apenas 4%, considerado insuficiente pelos professores. De acordo com Gil Vicente, presidente do Proifes (Fórum de Professores das Instituições Federais de Ensino Superior), “se o governo pretende tratar o conjunto dos servidores da mesma forma que está tratando os docentes federais, isto é, dando 4% de reposição em um período de três anos (julho/2010 – junho/2013), quando a previsão de inflação é de no mínimo 20%, então ao cabo desse período estará subtraindo dos nossos salários 16%”.
Estudantes manifestam apoio à mobilização dos professores por carreira e aumento 
Os estudantes também manifestaram apoio aos docentes. Diversas universidades organizaram assembléias para declarar solidariedade à greve dos professores, e algumas pretendem entrar em greve de alunos. O presidente da UNE, Daniel Iliescu, presente na assembleia geral da UNB (Universidade Federal de Brasília), disse que “a UNE apoia a greve e é solidária à luta dos professores por um plano de carreira e por melhores salários, ao passo que o movimento passa a ser importante também para conseguirmos mais qualidade e eficiência ao processo de reestruturação e expansão das universidades”. Estudantes se manifestaram também no Rio e em Minas Gerais.
Fonte Jornal Hora do Povo

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Revista Veja

Marco Maia: "Veja defende uso de meios espúrios para alcançar seus objetivos"

Leia a seguir a íntegra da nota ("Por que a Veja é contra a CPMI do Cachoeira?") do presidente da Câmara, deputado federal Marco Maia (PT-RS), em resposta à matéria da revista desta semana.
"Tendo em vista a publicação, na edição desta semana, de mais uma matéria opinativa por parte da revista Veja do Grupo Abril, desferindo um novo ataque desrespeitoso e grosseiro contra minha pessoa, sinto-me no dever de prestar os esclarecimentos a seguir em respeito aos cidadãos brasileiros, em especial aos leitores da referida revista e aos meus eleitores:
- a decisão de instalação de uma CPMI, reunindo Senado e Câmara Federal, resultou do entendimento quase unânime por parte do conjunto de partidos políticos com representação no Congresso Nacional sobre a necessidade de investigar as denúncias que se tornaram públicas, envolvendo as relações entre o contraventor conhecido como Carlinhos Cachoeira com integrantes dos setores público e privado, entre eles a imprensa;
- não é verdadeira, portanto, a tese que a referida matéria tenta construir (de forma arrogante e totalitária) de que esta CPMI seja um ato que vise tão somente confundir a opinião pública no momento em que o judiciário prepara-se para julgar as responsabilidades de diversos políticos citados no processo conhecido como "Mensalão";
- também não é verdadeira a tese, que a revista Veja tenta construir (também de forma totalitária), de que esta CPMI tem como um dos objetivos realizar uma caça a jornalistas que tenham realizado denúncias contra este ou aquele partido ou pessoa. Mas posso assegurar que haverá, sim, investigações sobre as graves denúncias de que o contraventor Carlinhos Cachoeira abastecia jornalistas e veículos de imprensa com informações obtidas a partir de um esquema clandestino de arapongagem;
- vale lembrar que, há pouco tempo, um importante jornal inglês foi obrigado a fechar as portas por denúncias menos graves do que estas. Isto sem falar na defesa que a matéria da Veja faz da cartilha fascista de que os fins justificam os meios ao defender o uso de meios espúrios para alcançar seus objetivos;
- afinal, por que a revista Veja é tão crítica em relação à instalação desta CPMI? Por que a Veja ataca esta CPMI? Por que a Veja, há duas semanas, não publicou uma linha sequer sobre as denúncias que envolviam até então somente o senador Demóstenes Torres, quando todos (destaco "todos") os demais veículos da imprensa buscavam desvendar as denúncias? Por que não investigar possíveis desvios de conduta da imprensa? Vai mal a Veja!;
- o que mais surpreende é o fato de que, em nenhum momento nas minhas declarações durante a última semana, falei especificamente sobre a revista, apontei envolvidos, ou mesmo emiti juízo de valor sobre o que é certo ou errado no comportamento da imprensa ou de qualquer envolvido no esquema. Ao contrário, apenas afirmei a necessidade de investigar tudo o que diz respeito às relações criminosas apontadas pelas Operações Monte Carlo e Vegas;
- não é a primeira vez que a revista Veja realiza matérias, aparentemente jornalísticas, mas com cunho opinativo, exagerando nos adjetivos a mim, sem sequer, como manda qualquer manual de jornalismo, ouvir as partes, o que não aconteceu em relação à minha pessoa (confesso que não entendo o porquê), demonstrando o emprego de métodos pouco jornalísticos, o que não colabora com a consolidação da democracia que tanto depende do uso responsável da liberdade de imprensa".