quinta-feira, 21 de julho de 2011

UNE convoca mobilização nacional por duplicação de verba da educação

Em seu 52° Congresso, a entidade condenou os juros altos, o câmbio, a tentativa de privatização dos aeroportos e o desmantelamento da Telebrás

Durante os dias 13 a 17 de Julho aconteceu na cidade de Goiânia, capital de Goiás, o 52° Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE). O Congresso discutiu pautas a respeito dos investimentos em educação, conjuntura nacional, reforma política, dentre outros assuntos e elegeu Daniel Iliescu para a presidência da entidade durante os próximos dois anos. Os membros da nova diretoria convocaram a juventude brasileira para ir às ruas em defesa de mais verba para a educação.

Durante a plenária final do Congresso, Daniel começou o seu discurso relembrando a canção do Tamoios “Viver é lutar, a vida é combate, que os fracos abate, que os fortes, os bravos, só pode exaltar” e chamou todos os estudantes “toda a nossa chapa, a oposição,todo o movimento social do Brasil, e da sociedade organizada, a construir, em agosto de 2011, uma das maiores jornadas de lutas que esse país já viu”.

A nova secretária-geral da UNE, Michelle Bressan, do movimento Mutirão, destacou que “esses próximos dois anos vão marcar a revolução no nosso país, estaremos nas ruas, em todas as universidades pra garantir com que no próximo ano o governo invista 80 bilhões de reais na nossa educação”, destacando o compromisso da nova gestão em tomar as ruas do país para “avançar no rumo do desenvolvimento”.

O Congresso teve como principal pauta o orçamento da educação no Brasil e defendeu o aumento da verba que deve ser executada pelo governo federal. Segundo a resolução aprovada, a UNE critica o volume de investimentos no setor, “há poucos anos que chegamos ao montante equivalente a 5% do PIB na previsão orçamentária, mas infelizmente o ministério não executa todo o recurso previsto do orçamento, em 2010, por exemplo, 11 bilhões de reais deixaram de ser investidos. O fato é que hoje, mesmo com os avanços conquistados, a educação recebeu apenas 1/11 do que foi repassado aos bancos a título de juros de 2003 a 2010”.

A entidade defende que para o ano de 2012, a verba destinada para a educação seja de R$ 80 bilhões “sendo esse orçamento totalmente executado, sem nenhum desvio aos banqueiros”.

O documento aprovado destaca que medidas como o PAC, o ‘Minha Casa Minha Vida’, a manutenção de programas social e de aumento de crédito para a população estão no rumo certo, do desenvolvimento. Entretanto pondera que “se tais ações foram positivas, existem entraves e políticas que só jogaram contra os interesses do país e do povo”.

A UNE ressalta que a política econômica “extremamente conservadora” baseada em taxa de juros elevadíssima e câmbio livre conduzida é gravíssima para o país.

“Embora Henrique Meirelles tenha caído na transição, a política de juros altos e superávit primário permanece, nos colocando na vergonhosa posição de pais com a mais alta taxa de juros do mundo, quatro vezes superior a do país que ocupa a segunda posição”, enfatizou o texto.

“Os primeiros sinais do novo governo causaram impactos negativos. Podemos citar o corte orçamentário de R$ 50 bilhões, que compromete em mais de R$ 3 bilhões os recursos da Educação, como medida conservadora que pode inviabilizar determinadas políticas neste primeiro ano. A intransigência do governo em negociar um valor maior de reajuste para o salário mínimo, com o triste argumento de que o reajuste causaria pressão inflacionária, foi outra demonstração negativa. Mais recentemente também vimos a proposta de privatização dos aeroportos, construídos e ampliados unicamente com dinheiro público, e o desmantelamento da Telebrás, fruto de uma política conservadora que boicota o PNBL (Plano Nacional de Banda Larga) em regime público, em favorecimento aos monopólios das teles e seu apetite por lucros” afirma a resolução aprovada.

Votaram, ao todo, 3.153 delegados no congresso que contou com a participação de cerca de sete mil estudantes. A chapa vitoriosa, “Movimento Estudantil Unificado Para as Mudanças do Brasil”, composta pelos movimentos “Transformar o Sonho em Realidade” (União da Juventude Socialista - UJS); “Mutirão” (Juventude Pátria Livre – JPL); Kizomba, Movimento Mudança e Para Todos (vinculados a diferentes tendências do PT); a Juventude do PMDB ; a Juventude do PSB; e a Juventude do PTB, obteve 2.367 votos, o que representa 75% dos delegados presentes.

ANA CAMPOS

fonte: Hora do Povo

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