Dos dias 04 ao 07 deste mês (novembro) aconteceu a etapa estadual da Conferência Nacional de Educação (CONAE), onde estiveram presentes cerca de 600 delegados que foram e voltaram do Hotel Fazenda Mato Grosso, onde ocorreu o evento. Depois de dias de debate chega o momento da votação, onde prevaleceu a vitória dos professores, concomitante com a derrota dos estudantes.
O melhor disso (ou pior) é que no site da SEDUC-MT publicam uma notícia com o título "Mato Grosso apresenta contribuições ao documento base da Conae". Cheio de "blá-blá-blá" e com palavras bonitas o texto começa dizendo "Depois de uma semana de discussão Mato Grosso conclui as contribuições para o documento base do Plano Nacional de Educação (...)." Nada de errado até aqui. Seguindo com o "blá-blá" chega a parte que nos interessa: "(...) O documento (re)formulado a partir dos anseios das instituições representadas na etapa estadual da CONAE. (...)"
Senhores, não duvidem, realmente o documento atendeu os anseios de todas as instituições que estavam lá.
Chamo-lhes atenção quanto à parte onde diz "instituições", (nessa fiquei me controlando para não dar gargalhadas) na reportagem não se dão nem o trabalho de disfarçar que as propostas apresentadas estavam direcionadas somente a um público seleto, que é o das instituições. O povo mato-grossense, que não é instituição, eles se esqueceram de atender.
Agora entendo o porquê de votar contra a assistência estudantil, contra a participação paritária nos colegiados escolares e conselhos universitários, contra política de inclusão e permanencia. Votaram, senhores, contra a prestação de contas por parte desses conselhos ou colegiados, sob a alegação de falta de tempo. Falta de tempo para declarar onde está sendo empregado o dinheiro público? Isto é um absurdo!
Nós estudantes não somos instituições, por isso NOSSO anseio foi descartado.
Houve um professor que a toda proposta, apresentada pelos estudantes, dizia que a aprovação seria prova de insanidade.
Insano senhores, digo que é pensar no próprio umbigo quando se discute Plano Nacional de Educação. Insano é acreditar que somente os professores vão mudar a realidade do ensino no nosso Brasil. Insano é esquecer que sem alunos em sala de aula (conforme altos índices de evasão escolar) os professores deixam de existir.
O maior exemplo de um hospital para insanos foi a plenária final desta etapa.
Não me vem à mente palavras do dicionário para descrever o que foi "aquilo". Logo me remeto a uma "música" rica de conteúdo que reflete a realidade da plenária. Aqui dita como um versinho:
Pocotó, pocotó, pocotó...
Minha éguinha Pocotó!
Pocotó, pocotó, pocotó...
Senhores, adeus! Vou me internar, sou insana!
Viviane Lima é estudante de Administração e Diretora da UNE
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